Depois de uma semana complicada em termos de trabalho, apanhámos o avião para Roma às 20h35, o que significou uma chegada ao hotel já depois da meia-noite. Escusado será dizer que toda a gente estava cansada, essencialmente o pobre do Hugo, que se deita habitualmente por volta das 20h30. E que, claro está, acorda ao fim-de-semana à mesma hora que nos dias de semana. Com uma diferença: nos dias de semana, tenho de o chamar, ao fim-de-semana, acorda sozinho!
Não houve, portanto, hipótese de preguiçar na cama, sobretudo quando se partilha o mesmo quarto de hotel.
Depois de um bom pequeno almoço, a família foi passear para a cidade e eu fui ao Centro de Congressos levantar o dorsal e outro material, nomeadamente a famosa mochila. As indicações eram bastante completas, pelo que não foi difícil chegar à estação de metro indicada. Aí tive a boa surpresa de ver alguém da organização que explicava o caminho a fazer para chegar sem problemas ao Centro de Congressos.
Como nem tudo pode ser perfeito, à porta do Centro de Congressos esperava-me uma bicha consequente...
Vinte minutos depois estava lá dentro e tudo decorreu de forma célére. Uma visita rápida à exposição e regressei à cidade para ainda almoçar um bom prato de massa com a família. Depois visita do Coliseu, como não podia deixar de ser.
Afinal de contas, o Coliseu seria o ponto de partida e de chegada da Maratona. E o Hugo queria ver o sítio em que o Asterix e o Obelix tinham combatido as feras sob o olhar de Júlio César...
No domingo, levantar às 6h30 para ume preparação sem stress. Ao deixar o hotel, encontrei um americano que manifestamente ia com o mesmo destino (em Roma é fácil identificar os maratonistas, andam todos com a mesma mochila...). Partilhámos o táxi e as nossas impressões sobre as diferentes maratonas em que tínhamos participado. Fica mais uma vez confirmada a intenção de ir à de Nova Iorque. Para 2010 ou 2011, sem falta!
Aliás, a famosa mochila e a possibilidade de a deixar nos camiões previstos para o efeito são um dos aspectos louváveis desta organização. Nota alta para a organização da prova, que me impressionou bastante pela positiva.
Depois do aquecimento, a espera para a partida. O tempo estava bom, um pouco frio para o meu gosto (13°C), mas dado que optei por mangas compridas, nada a dizer.
Não deixa de ser um triste espectáculo ver centenas de atletas a fazerem as suas necessidades contra um muro milenar. Um pouco mais de respeito por um sítio arqueológico como aquele não era pedir demasiado... Até porque a organização tinha instalado WCs a algumas dezenas de metros da partida. Estas cenas de falta de civismo são sempre confrangedoras, mas naquele local, são inaceitáveis.
Ás 9h a elite arranca para a sua prova, enquanto a massa espera mais cinco minutos.
Como estava na frente, escapei ao encontrão habitual dos primeiros quilómetros. Quanto ao resto, os que seguem este blog já sabem que resolvi colar-me ao balão das 3h00, que o segui até por volta do km 15, tendo então reduzido gradualmente o ritmo. A intenção era aguentar o resto da prova a um ritmo de 13,3 km/h ou ligeiramente inferior, para poder chegar dentro do objectivo de 3h10m.
Ao km 30, com 2h15m, ainda ia dentro do limite, mas o corpo já começava a dar sinais de cansaço. Por volta do km 35, fui obrigado a parar com uma pontada. Arranquei ao ritmo possível e fui novamente obrigado a parar por volta do km 40. O resto foi demasiado penoso para contar.
Não cheguei nunca a considerar a hipótese de desistir. Era mais "vais até ao fim, nem que seja de rastos".
Em conclusão, arrancar a um ritmo que sabia não poder aguentar foi obviamente uma burrice. O mais incrível é que eu o sabia, mas que mesmo assim não o consegui evitar.
Como dizia o Oscar Wilde, "consigo resistir a tudo, menos às tentações"!
A posteriori, fica a frustração de não ter conseguido o objectivo, mas também o prazer que foi correr esta maratona (até ao km 30...). E a satisfação de ter acabado, apesar de tudo, dentro de limites razoáveis.
terça-feira, 24 de março de 2009
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Meu caro
ResponderEliminarparabéns por mais uma "maratona" corrida, apesar de não ter conseguido o seu objectivo o tempo que fez é ainda assim muito bom.
Uma boa recuperação e mais uma vez os meus parabéns.
Abraço.
Ainda só fiz uma maratona, mas já deu para perceber que é muito importante ser cauteloso no início e só arriscar depois dos 30 e se o corpo deixar. De qualquer forma acabar uma maratona é sempre um feto a registar!
ResponderEliminarabraço
MPaiva
miguel,
ResponderEliminarestou no dilema de ir ou não a maratona de florianópolis, sul do brasil.
depois de teu relato, acho que vou, 'mesmo aos rastros' (rss)
valeu!
nadais