sábado, 16 de maio de 2009

Interregno

Agora que não tenho maratona em vista (a próxima será provavelmente a 25 de Outubro, em Toulouse, Lausanne ou Veneza, ainda está por decidir), resolvi dar ouvidos à prudência e parar o tempo necessário para tratar a tendinite no tendão de Aquiles, antes que se agrave e me obrigue a um descanso forçado ainda mais longo.

Parar de correr, já que tem de ser, mas não parar de treinar: vou-me virar para a bicicleta...

"Spinning" em sala de fitness durante a semana e bicicleta durante o fim-de-semana, eis o meu programa para as próximas duas ou três semanas.

Espero manter pelo menos uma boa forma física, a fim de reduzir o tempo necessário para recuperar o ritmo de antes da paragem.

Vamos lá ver se funciona!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Da importância do público

Nos relatos das maratonas na blogosfera, surge com frequência um comentário sobre o público, seja para agradecer o apoio e louvar a presença e o entusiasmo, seja para lamentar a sua indiferença (ou ainda pior). Em Portugal, infelizmente, parece ser frequentemente o segundo caso.

Como podem verificar pela fotografia, se não atingi os objectivos na minha última maratona, a culpa não pode ser atribuída ao público belga...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Resultados oficiais

Os resultados oficiais da Maasmarathon confirmam a minha sensação durante a prova. Como ontem relatei, tinha ficado com a impressão que mesmo na parte final em que tinha reduzido drasticamente a passada continuava a ultrapassar mais atletas do que aqueles que me passavam a mim.

Com efeito, aos 10km passei na 158a posição, à meia-maratona na 134a posição, aos 30 km na 119a posição e acabei a prova na 98a posição, num total de 611 atletas classificados (menos do que eu tinha pensado).

Este facto deve-se sem dúvida a três factores: o piso bastante plano da prova, que leva a sobreavaliar as capacidades, o calor que se fez sentir e o vento de frente nos últimos 7 km.

Não deixa de ser curioso verificar que só o 17° classificado consegue fazer o mesmo tempo na primeira e na segunda parte da prova. Todos os que o antecedem na classificação estão em "positive split" acentuada. O vencedor, por exemplo, passa aos 21 km em 1h08m20s e acaba em 2h21m.

As estatísticas provam assim mais uma vez a dificuldade em gerir o esforço numa prova com estas características.

Por fim, de referir que o primeiro da minha categoria (mais de 50 anos) acabou em 2h51m. Com o meu tempo de 3h20, coloco-me num honroso 8°lugar da minha categoria, entre 70 atletas classificados. Nesta categoria, os tempos medeiam entre as 2h51m do vencedor e as 5h06m do último classificado da categoria.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Mais uma

Quando se é português e se vive em Bruxelas, há uma pergunta recorrente: "não lhe faz falta o sol?". A essa pergunta respondo habitualmente que a água me faz mais falta. Do mar, de preferência, mas pelo menos de um rio que rasgue a cidade e limpe as vistas.

Foi por isso um prazer correr a Maasmarathon, quase sempre à beira do rio "Meuse" (alguém sabe como é que se diz em português?).

Ainda por cima, um dia fantástico, de céu azul e tempretauras ideais para apanhar sol à beira-rio, mas que se adivinhavam demasiado quentes para correr uma maratona: estavam 16° à hora da partida, 25° à chegada. À sombra claro...

Como já tinha dado conta por aqui, a preparação para esta maratona não foi nada especial, dado que calhava muito próxima da anterior (Roma, em 22 de Março) e que foi perturbada por dores nos tendões de Aquiles e falta de motivação. Os 3kg a mais do que o meu peso ideal também não ajudaram.

Resolvi pois partir numa passada que me parecia cautelosa, assente no controlo da freqência cardíaca e sem me preocupar com a velocidade. Na prática, isso significou uma velocidade de 13km/h, que mantive até ao km 33.

Devo referir que o número de atletas era reduzido (menos de mil, certamente) o que fez com que, não indo integrado em nenhum grupo "com balão", tivesse de correr muitos quilómetros completamente sozinho.

Mesmo assim, a passada era manifestamente demasiado puxada para o meu estado de forma actual e a partir do km 33, o ritmo desacelerou constantemente. Também porque estava sempre presente a sensação desagradável nos tendões. Não era propriamente uma dor insuportável, mas um mal-estar constante. Às tantas, as articulções das ancas também acordaram, certamente desagradadas com o piso extremamente duro (muito cimento, alguns km de paralelipípedos). O monitor de frequência cardíaca indicava-me um valor equivalente (ou mesmo superior) ao dos primeiros km, mas a velocidade já não era a mesma. Manifestamente, estava a desperdiçar muito mais energia para uma passada cada vez mais lenta.

Mentalmente, aguentei-me. Há sempre uma altura em que nos perguntamos "mas que diabo estão eu aqui a fazer? Quem ma manda a mim pagar para vir para aqui sofrer?".

Mas a quebra física nunca foi total. Apenas a incapacidade de manter a mesma passada, pelo menos sem fazer explodir a frequência cardíaca. Mas como já só faltavam 9km, o moral manteve-se.

Tanto mais que não tinha grandes ambições cronométricas para esta maratona e que, embora em dificuldades, ia ultrapassando mais atletas do que os que me passavam a mim. Ou seja, muita gente arrancou demasiado depressa (o piso é bastante plano) e estava a pagar mais caro do que eu.

A chegada era numa descida e lá ganhei balanço para um último esforço na chegada, tendo cruzado a meta a grande velocidade (16km segundo o meu Garmin) num despique com um atleta que me tentou ultrapassar. E que consguiu nos últimos metros. Grrrr....

Os resultados ainda não estão no site, mas segundo o meu reloógio, fiz 3h20m, tanto como em Roma.

Algumas notas sobre a prova.

Em primeiro lugar, é muito bom correr numa pequena prova pequena como esta. Fazer o aquecimento até 5 minutos antes da partida, estacionar o carro a 300 metros da chegada, é um luxo nos dias que correm.

Adorei a paisagem. Não me cansei de admirar o rio Meuse, embora esteja totalmente "domesticado" (barragens, comportas, margens artificiais). E que vida à beira e no rio, especialmente na parte holandesa (kayak, pesca, barcos à vela, transporte de mercadorias...).

Ainda o meu apreço pela qualidade e quantidade dos abastecimentos e pela simpatia do pessoal.

Duas notas negativas.

Em primeiro lugar, inaceitável que o percurso não estivesse completamente fechado ao trânsito. Alguns moradores pegavam nos carros e faziam parte do perurso até poderem sair por ruas laterias. Para além de perigoso, extremamente desagradável e stressante.

Em segundo lugar, a falta de público, essencialmente na parte holandesa do percurso. Manifestamente, a organização tinha feito o necessário em termos de segurança, mas não em termos de divulgação do evento.

Em resumo, mais uma medalha para a minha colecção e uma prova que recordarei com prazer, pelo menos quando desaparecerem as dores musculares do dia seguinte...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Objectivos

Mais uma vez, é a altura de deixar por escrito os meus objectivos para domingo.

Dada a minha condição física nesta altura, seria irrealista pretender bater o meu melhor tempo e aproximar-me do que era o meu objectivo (não alcançado) para Roma: 3h10m.

Vou fazer a prova para me divertir e acrescentar um traço na parede, mas sei que não conseguirei abstrair-me do cronómetro. Fixar-me-ei, pois, como objectivo fazer um tempo aproximado ao de Roma: 3h20m.

Não vai ser fácil, mas se fosse fácil, qual era o interesse?

Reescrever a história

Mais uma incursão em matérias extra corridas. Perdoem-me os que não se interessam por estas coisas, mas afinal nem só de corrida vive o homem.

No blog Causa Nossa, a eurodeputada Ana Gomes relata o que se passou ontem no PE a propósito do chamado relatório Estrela sobre a protecção da maternidade.

O relato de Ana Gomes é parcial, esquece que o que aconteceu era perfeitamente previsível e até inevitável. A eurodeputada Edite Estrela não fez aquilo que é necessário fazer no PE: negociar, encontrar soluções de compromisso que possam ter o apoio dos dois grandes grupos políticos, PSE e PPE.

Ao não fazê-lo, apresentou-se em sessão plenária com um projecto que era objecto de numerosas propostas de alteração e que tinha na véspera sido rejeitado praticamente em bloco pela Comissão Europeia. Acabou duplamente derrotada: é que o seu relatório nem sequer foi votado, foi reenviado em Comissão parlamentar, tudo terá de recomeçar do zero com o novo Parlamento Europeu.

Edite Estrela e o PSE deveriam evitar fazer o papel de vítima numa matéria em que apenas se podem queixar de si próprios.

Numa coisa estou de acordo com Ana Gomes: o que se passou mostra a importância do PE e, logo, a importância de ir votar no dia 7 de Junho.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Altos e baixos

Tenho andado arredado do blogue, tal como a forma e a motivação têm andado ausentes dos meus treinos ultimamente.

Stress no trabalho, sono perturbado, peso em excesso, dores no tendão de Aquiles: as coisas não se apresentam muito bem para a Maratona do próximo domingo.

Pela primeira vez, pergunto-me se não seria melhor ficar a dormir no domingo de manhã em vez de fazer 100 km de carro, para ir correr 42,195km com a certeza de fazer pior do que da última vez...