domingo, 8 de fevereiro de 2009

Correr permite viver mais tempo?

Intuitivamente, somos levados a responder não. Na lista de anciãos da humanidade, não se têm visto muitos maratonistas...

A maior parte das pessoas ligará mais facilmente a longevidade ao regime alimentar, por exemplo, do que à actividade física, nomeadamente à corrida.

No entanto, eis alguns elementos que nos poderão dar que pensar:
1. Desde 1984, uma equipa de investigadores da Universidade de Stanford, na Califórnia, segue um grupo de 538 praticantes da corrida, com mais de 50 anos, e outro grupo de sedentários de 420 pessoas, da mesma faixa etária. Em 1984, os atletas corriam em média 4 horas por semana. Em 2005, apenas 76 minutos. Algumas conclusões do estudo: 15% dos praticantes de jogging faleceram desde 1984, comparativamente com 34% dos sedentários. Outra diferença significativa: o grupo de praticantes da corrida começa a sentir os efeitos negativos da velhice e os seus problemas, em média, 16 anos mais tarde do que o grupo dos sedentários.

2. Outro estudo, desta vez em França, conduzido num período de 20 anos, revelava que os homens inactivos cuja frequência cardíaca aumentava lentamente (+ 7 batidelas por minuto) tinham um risco superior (+47%) de sucumbir a um ACV. Em contrapartida, os que conseguiam baixar a frequência cardíaca, atravées de exercício físico, reduziam o risco de ACV em 18%.

Em conclusão por agora: a prática regular da corrida parece efectivamente reduzir a mortalidade precoce, nomeadamente por ACV. No entanto, não é uma garantia para chegar a centenário.

Mas algo parece indesmentível: se a longevidade não é garantida pela prática da corrida, a qualidade da vida é de longe superior para os indivíduos que continuma a correr regularmente do que para os atletas de sofá. Os sintomas da velhice aparecem mais tarde, todos os estudos o confirmam. Ora a vida não é só uma questão de longevidade: a qualidade é pelo menos tão importante, se não mais importante.

O desporto talvez não permita (sempre) acrescentar anos à vida, mas permite sempre acrescentar vida aos anos.

A inspiração para este post veio da leitura da excelente revista francófona Zatopek, que aconselho vivamente aos conhecedores da língua de Voltaire.

1 comentário:

  1. meu pai tem 94 anos correu dos 12 aos 78 anos eu tenho 45 corro des dos 15 espero chegar aos 100 anos e otima corrida para os amantes deste esporte ......................

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