sábado, 14 de fevereiro de 2009

The Wrestler



Fui ver recentemente o filme "The Wrestler", que marca o regresso do Mickey Rourke depois de uma longa travessia do deserto, com semelhanças, aliás, com a história contada pelo filme.

O filme trata essencialmente da decadência física de uma glória do wrestling, mas aborda outras questões que não me deixaram indiferente. Obviamente, aos 51 anos, o tema da decadência física é algo que nos é próximo.

E dei comigo a pensar se a minha paixão tardia pela corrida não era também e sobretudo uma tentativa de não reconhecer o tempo que passa, de recusar as inevitáveis limitações físicas...
Tentar fazer a maratona em 3 horas será apenas para provar que ainda se é capaz de ultrapassar umas centenas de miúdos arrogantes de juventude?

De um ponto de vista menos pessoal, é interessante ver a deriva de um desporto que se tornou num mero espectáculo, em que agradar ao público é o único objectivo. Será que os nossos desportos favoritos em Portugal (nomeadamente aquele que se joga a 11 com uma bola redonda, estão a ver?) não estarão a evoluir para algo de semlhante? Quando ganhar ou perder representa mais do que ganhar ou perder um jogo, quando tantos milhões estão em causa, a tentação é grande de não deixar tudo por conta do acaso e da verdade desportiva.

O filme mostra igualmente de forma magistral a América de baixo, aquela América que explica nomeadamente os 8 anos de Presidência Bush...

2 comentários:

  1. Caro Fernando
    estou a ver que a vida de maratonista não é para brincadeiras Eu prometo estar mais atento às ninharias que aos treinos (cada um alimenta a alma como pode)

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  2. Olá Miguel,
    não te deixes enganar pelas aparências, ser "maratonista de domingo" é óptimo, não sei se diria o mesmo dos profissionais.
    Sem deixares de ligar às ninharias, o melhor é lançares-te devagarinho nos treinos. Um desafio: vamos correr a Maratona de Paris de 2010?

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